Northern Wolves
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Kachina-Honiahaka
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Ayita-Honiahaka (Primeira-Loba-A-Dançar). Empty Ayita-Honiahaka (Primeira-Loba-A-Dançar).

Seg Jan 28, 2019 5:47 am
O que? Vocês querem saber porque estão dizendo por aí que minha primeira mudança foi tão cerebrada? Porque muitos aqui me respeitam e me admiram mesmo eu sendo ainda somente um Cliath?
Vou lhes contar o porquê. E com certeza não foi qualquer coisa que eu já tenha feito, eu simplesmente herdei isso.
Eu sou a reecarnação de Ayita-Honiahaka, a "Primeira-Loba-A-Dançar".
Hã? Nunca ouviram falar?
Vocês esquecem de nossos heróis e isso faz com que um dia vocês também sejam esquecidos, não importando o quão grandiosos foram seus feitos.
Não se assustem com minha afirmação! Não há motivos pra pânico nessas verdades! Fiquem tranquilos... enquanto houver um Galliard, vocês não serão esquecidos.
Vou lhes contar agora, sem mais delongas, a história de Ayita-Honiahaka, cujo nome significa, "Primeira-Loba-A-Dançar":


Ayita nasceu em 1922, uma década difícil para os lupinos alasquianos, tendo em vista que a caça de lobos estava desenfrada e o governo Americano estava pouco se lixando pros ataques frenquentes que sofríamos da Wyrm naquela época.
Ayita nasceu de uma ninhada selvagem de parentes e sua alcatéia não era muito amistosa quanto os humanos e nem tiveram contato com garous, eu acho.
Um dia, por volta dos 2 anos de idade, Ayita caçava com sua alcatéria durante a noite, quando ouviu muito de longe um som repetitivo e curioso. Então se destacou e foi fuxicar o que estava acontecendo.
Então Ayita ouviu som de tambores e uma cantoria que julgou ser tentadora, se aproximou e percebeu que aqueles humanos estavam cerebrando algo. Era uma coisa boa, ela podia sentir isso, e então se aproximou cada vez mais daquela aldeia.
A aldeia toda estava em festa, todos riam, se divertiam e dançavam... e a música... ah, a música era inebriante!
Ayita então resolver imitar, mesmo sendo uma loba, o que os humanos faziam. Começou a mexer as cadeiras!
Entendam: Ela já estava a poucos metros de distância dos tamboreiros reborboando seus tambores em um ritmo frenético.
Foi então que uma menina, com pouco mais de 9 anos de idade pôde perceber Ayita e se assustou.
Ayita estava tão feliz que nem percebeu a jovem Alutiiq–Sugpiaq, que é o nome de nossa aldeia.
A menina então não estava mais assustava, estava rindo de Ayita, e resolveu chamar sua mãe para ver também.
Em pouco tempo Ayita, que estava conectada aos nossos ancestrais sem saber, já atraíra a atenção de todos, que se riam de Ayita.
Ayita então percebeu que os tambores haviam parado, mas continuou a dançar porque a música não saía de sua mente. Pouco depois ela abriu seus olhos e percebeu que todos os Alutiiq–Sugpiaq olhavam para ela, em parte assustados, em parte extasiados. Mas eles já não riam.
Ao tentar andar pra trás devagar e sair das vistas daqueles homens, mulheres e crianças, ela se viu muito maior que uma criança humana. Ayita então olhou para suas patas e viu uma gigantesca pata cheia de garras afiadas. No susto, jogou-se para trás e ficou de pé em sua forma de batalha.
Ayita agora via todos aqueles Alutiiq–Sugpiaq muito de cima, quando sentiu uma mão em sua pata. Ao olhar para quem a tocava e antes de pensar em reagir, pôde ouvir alguém lhe dizendo numa linguagem mais forte que a lupina, porém mais forte e que ela entendia, um "fique tranquila, estamos todos felizes em ver a Pequena-Primeira-Loba-A-Dançar, parece estranho o que lhe direi, mas somos parentes seus de alguma forma. Vê como minha pata é do tamanho da sua e também estou em pé? Nota que me pareço tanto como você? Essa forma se chama Crinos, e você poderá voltar a ser uma loba assim que perceber que pode."
Bom, o resto vocês imaginam, né? Ayita recebeu seu nome, foi apresentada aos anciões Wendigo e, no futuro se tornou uma linda cliath Galliard.


Que? Como assim "só isso?"? Tá pensando que a história acabou? Isso explicaria como Ayita é celebrada até hoje? Não, né? Então senta esse rabo aí, filhote!
E vocês, parem de rir do filhote e prestem atenção!


Ayita travou diversas guerras contra a Wyrm, como qualquer garou normal faria, mas foi uma ferrenha defensora dos direitos dos povos indígenas e da preservação ambiental envolvendo os lupinos.
Até que um dia Ayita, que já era uma Athro, percebeu que os estrangeiros da Wyrm, os humanos, estavam quietos demais sem atacar na Estrada da Guerra e a percorreu com sua matilha, a "Matilha dos Cinco Ventos" e seguiu para investigar.
Chegando ao porto de Rankin Inlet, aqui mesmo em Nunavut, ela viu diversos navios humanos completamente destruídos e enormes Nanurluks destruindo-os...


Não sabem o que é um Nanurluk? Bom... são gigantescas criaturas aquáticas da Wyrm, que são uma mistura de baleia com urso. Disformes e ferozes. Realmente terríveis! Dizem por aí que algumas dessas criaturas foram vistas recentemente na Baía de Hudson por garous...
Enfim, continuando...


Ao verem aquilo, o líder da matilha, chamado "Olha-Duas-Vezes", decidiu que não deveriam voltar e pedir reforços, mas sim que deveriam tentar destruir pelo menos algumas daquelas criaturas para saber qual era a força delas.
Ayita encheu seus pulmões e uivou um uivo de batalha, que posso sentir, inspirou as forças de seus companheiros e encheu-lhes de fúria.
Com mil luas cheias batendo em seus corações, congelaram completamente cerca de 3 QUILÔMETROS da costa, usando seus dons de Gaia, ensinados pelo Wendigo e pelos Espíritos dos Ventos.
Agora poderiam chegar até as criaturas presas no gelo e tentar fazer algo.
Em conjunto, destruíram 2 dessas criaturas... Até que Olha-Duas-Vezes perdeu seu braço após uma dentada da terrível criatura e seu Filodox, "Mikata-Cheio-De-Compaixão", perecia em batalha.
Vendo aquilo, Ayita voltou a dançar com fúria e disparar flechas certeiras nas criaturas. Em seguida, cerca de uns 16 garous ferozes apareciam. Três matilhas. Isso encheu o peito de Ayita de esperança.
"Ainda havia esperanças", ela pensava.
Lutamos bravamente por horas, ao que me parece... digo, LUTARAM bravamente por horas, ao que parecia a Ayita. hehehe
Finalmente exaustos, celebraram a vitória sobre aquelas criaturas. Mataram-nas todas.
Resolveram então visitar esse Caern aqui - sim, esse aqui mesmo, Coração da Wyld - para se curarem, descansar, celebrar seus mortos e contar seus feitos, já que esse Caern estava fora da rota da Estrada da Guerra e naquela época encarar viajar pela Estrada da Guerra não era nada fácil. Imagina feridos, exaustos e carregando seus mortos?
Enfim... ao chegarem aqui, o Galliard de uma das matilhas - "Melinq-Céu-Aberto", da Matilha dos Caçadores de Lamentos - se preparava para dar o uivo de apresentação quando notou algo de errado.
"Tem sangue na neve à frente", disse ele.
"Eu senti o cheiro, mas pensei que fosse o nosso" - disse "Pequeno-Lobo", que era o Ragabash da mesma matilha.
"O Caern está sob ataque!", gritou "Ventania-Voraz", o Ahroun de uma das matilhas que correu em auxílio ao uivo de batalha de Ayita. O nome da matilha de "Ventania-Voraz" era "Morde Os Estrangeiros Da Wyrm", uma matilha de feitos dignos de outras histórias também. Quem sabe eu não os conte em outra oportunidade, huh?
Todos correram em direção ao Caern e conforme se aproximavam, ouviam cada vez mais rugidos, gritos agourentos e todos os tipos de sons de uma guerra terrível contra a Wyrm. Vocês conhecerão esse som em breve.
Entraram pela passagem e o que viram foi devastador para suas almas: 4 malditos GI-GAN-TES-COS materializados no centro de Coração da Wyld e muitos outros servos da Wyrm. Dançarinos, fomoris e malditos menores atacavam implacavelmente esse Caern junto aos 4 malditos maiores.
Todos se lançaram à guerra e parte dessa memória se perdeu. Entendam porque:
Ayita começou a disparar flechas, uivar e convocar os ventos alucinadamente. E eu só ouvi essa história completa diretamente dela, minha ancestral, entendem?
Ela realmente ficou perturbada com a batalha e talvez não tenha racionalizado com detalhes o que aconteceu.
Em questão de segundos, Ayita já não reconhecia mais ninguém. Era apenas carne combatendo carne, lamento, choro, gritos de desespero, rosnados, uivos e o vento. O implacável Vento do Norte assoviava com fúria sobre os inimigos.
Tarrasque combatia junto a um avatar do Vento do Norte os 4 malditos, que eram muito poderosos. Eles não poderiam contra eles sozinhos.
Ao ver aquela cena, com todos os ossos e órgãos doendo, Ayita concentrou todas as últimas forças que tinha e uivou.
Uivou um desesperado uivo de ajuda.
Contam alguns ancestrais que foi o maior, mais longo e mais alto uivo já ouvido pela nação garou. Se é verdade? Eu não sei. Se foi um dom? Sei menos ainda, mas se for, um dia quero aprendê-lo.
Sei que o que aconteceu a seguir foi tudo o que Ayita pôde ver antes de desmaiar de exaustão:
Convocados pelo uivo de Ayita, um avatar do totem Aurora apareceu. Em seguida, se materializou um avatar do Grande Wendigo também e, por último, não posso esquecer, um avatar do totem Caribu.
Em seguida, Ayita morreu.
Versões diferentes de como ela teria morrido são contadas: Alguns acreditam que ela foi atacada por um maldito poderoso enquanto estava caída, por ódio ao seu uivo que chamou a atenção de todos, inclusive através da umbra, mesmo a mais de 150 quilômetros de distância.
Outros dizem que ela simplesmente morreu de cansaço.
Outros dizem que ela teria sido morta acidentalmente por um garou aliado, portando prata.
Ayita acredita que foi um maldito, por isso eu conto como se fosse um ato de covardia de um inimigo. Típico da Wyrm.
Mas sei que Pontes da Lua estavam despejando garous de outros caerns distantes, logo em seguida, aqui dentro de Coração da Wyld.
Muitíssimos garous de lugares longuíncuos ouviram o chamado e resolveram atender.
Vencemos.
Nenhum inimigo sobrou para contar a história dessa derrota a seus companheiros.
E por isso, Ayita-Honiahaka é vista como uma heroína entre nosso povo.
Porque uivou até a morte e se sacrificou para ajudar essa seita.

Ei, menina... como é mesmo seu nome?
Belo nome para uma Filho de Gaia!
Mas não chore... Ayita ainda está entre nós. Ela ainda vive através de mim.
Isso... seque essas lágrimas. Assim está melhor.
Me promete que nunca vai esquecer dessa história?
Ah, é sua primeira história? Fico muito feliz em ouvir isso!
Mas, bom... se me dão licença, estão vendo aqueles senhores tocando tambores ali?
Preciso ir pra lá.
Ayita quer dançar mais uma vez.


Ayita-Honiahaka (Primeira-Loba-A-Dançar). Hayta10
(Ayita-Honiahaka)


Última edição por Kachina-Honiahaka em Dom Fev 10, 2019 4:27 am, editado 1 vez(es)
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Dom Fev 10, 2019 3:30 am
Excelente! Tem muita clima do cenário na historia.
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